A DESCOLONIZAÇÃO RELIGIOSA DA ESCOLA PÚBLICA

A DESCOLONIZAÇÃO RELIGIOSA DA ESCOLA  PÚBLICA. CUNHA, Luiz Antônio. Educação e Religiões:Belo Horizonte: Mazza Edições, 2013. 112 p.   A laicidade deve, essencialmente, se efetivar nas escolas, para constituir os ambientes educacionais como espaços plurais, incluindo a vasta diversidade religiosa, cultural, de gênero, sexual, étnica e ideológica; impedindo, por consequência, a colonização das religiões majoritárias na escola pública, tão evidente e preocupante. Tal é a assertiva que a obra de Luiz Antônio Cunha, Doutor em Educação, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro e pesquisador das questões relacionadas à laicidade do Estado, pretende transmitir ao leitor.   O livro, com a introdução e seus nove capítulos, procura traçar como se deu a dominação das religiões na educação, e como as disputas políticas entre correntes de pensamentos distintas e, muitas vezes, antagônicas, marcaram presença na estruturação pedagógica educacional brasileira, enfocando os aspectos religiosos – ou não religiosos – entre as correntes.   Cunha nos traz uma realidade da educação brasileira que muito é negligenciada e que proporciona recuos em termos de garantia de direitos inerentes ao ser humano. Ao manter o espaço das religiões e seus dogmas nas escolas públicas, várias podem ser as consequências, considerando que alguns direitos, hoje conquistados, são diametralmente opostos à forma de vida que a maioria das religiões propõe aos seus fiéis. Lembrando ainda que, através do esforço de Cunha, neste livro, em alinhar o cenário Brasileiro, num sentido geral, conjuntamente com a questão da educação, sobre a influência política que as religiões tiveram e ainda possuem, podemos compreender que é um espaço disputado para estabelecer as tentativas de racionalizar um modo de vida de acordo com o que pretendem algumas instituições religiosas – aquelas que angariaram espaço o bastante para participar dos rumos da educação no país.   Indicamos o livro, de fácil leitura e grande contribuição, para aqueles que se interessam pelo tema. Concordamos com Cunha (2013, p. 22), afirmando que: “[…] à medida que for superada a omissão dos pesquisadores sobre a presença da religião na escola pública (um tabu?), a bibliografia brasileira oferecerá […]” contribuições à compreensão de como se dá tal presença, assim como o autor descreve em sua visita a escola. Todavia, a nosso ver, cabem a todos, pesquisadores, profissionais da educação, comunidade e representantes políticos a busca pela laicidade da educação brasileira.

[Vitor Hugo Rinaldini GUIDOTTI e André Luiz FAISTING]

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