ISRAEL

Num momento de justa revolta contra a execução de milhões de judeus pelos nazistas na Europa (holocausto), a ONU criou o Estado de Israel, em 1948, em sessão da Assembleia Geral presidida pelo representante brasileiro Osvaldo Aranha. A criação de um Estado palestino, aventado por ele, não foi considerada, na ocasião. O território atribuído ao Estado de Israel foi habitado, há milênios, por vários povos, submetidos à dominação de assírios, babilônios, egípcios, gregos e romanos. Estes expulsaram os judeus, dando início à diáspora desse povo pela África, Europa e, mais tarde, América. A conquista árabe, no século VII da nossa era, fez do islamismo a religião dominante na região, à qual os judeus remanescentes resistiram com sua religião milenar. A dominação otomana, que se seguiu à árabe, manteve o islamismo como religião dominante na Palestina (nome dado à região desde a ocupação romana). Com o colapso do império otomano após o fim da primeira guerra mundial, a Grã-Bretanha assumiu mandato da Liga das Nações sobre a Palestina. Na última década do século XIX começaram a ser instaladas colônias judaicas na região, resultado de movimento em prol do estabelecimento de um Estado judeu (movimento sionista), que corresponderia à terra prometida por Deus ao povo que seria seu escolhido. O aumento das colônias judaicas favoreceu a formação de organizações clandestinas de luta, inclusive armada, contra a dominação britânica, que se acirrou em seguida ao fim da II Guerra Mundial e ao aumento da imigração judaica. À proclamação do Estado de Israel seguiu-se a emigração dos árabes/muçulmanos para os países vizinhos e o confinamento dos palestinos em áreas restritas e descontínuas (faixa de Gaza e Cisjordânia). Nem os palestinos nem os países de população árabe/muçulmana em torno reconheceram o Estado de Israel, o que provocou sucessivas guerras, por iniciativa ora de um lado, ora de outro, conflitos esses potencializados pela guerra fria. A pressão internacional por um acordo de paz levou ao projeto de criação de um Estado Palestino, com soberania na faixa de Gaza e na Cisjordânia. Partidos políticos extremistas, de base religiosa, tanto judaica quanto muçulmana, têm impedido a realização desse projeto, que, após o fim da guerra fria, passou a ser apoiado por um número crescente de países, inclusive o Brasil nos governos FHC, Lula e Dilma. Se um Estado Palestino vier a ser criado, haverá, então, dois Estados confessionais, um judeu, outro muçulmano. Mas, a rejeição a esse projeto tem outros adversários. Embora minoritários, existem partidos políticos de orientação laica, tanto entre judeus quanto entre palestinos, que, ao invés da divisão confessional, defendem a criação de um Estado laico na região, como meio de superar as lutas de motivação religiosa. Assim, haveria um Estado protetor dos lugares sagrados para as religiões das tradições abraâmicas (judaica, cristã e muçulmana), bem como da liberdade para os cultos respectivos, e reprimiria os conflitos entre elas. O que nos reserva o futuro? A vitória ou a derrota da laicidade? Qualquer que seja o desfecho, é possível afirmar que terá efeitos importantes em todo o Oriente Médio, onde prevalecem Estados confessionais muçulmanos: um Estado laico em Israel/Palestina poderá reforçar a posição das forças laicas em outros países da região. Os textos abaixo permitem obter o conhecimento aproximado desse que é o mais importante conflito político, militar, ideológico e religioso de todo o mundo, desde a derrota do nazismo na Europa, em 1945.

Israel – população – informações gerais

Com maioria judaica, Estado de Israel respeita diversidade religiosa

Israel chega aos 62 anos sem Constituição

Israel discute lei que condiciona cidadania à religião judaica

Políticas de Israel são como as do apartheid, diz relator da ONU

Israel: um monstro nasceu entre nós

Israel: Estado laico nas mãos de um império ortodoxo

Intelectuais protestam contra racismo em Israel

Israel não representa os judeus como um todo

Israel é um Estado laico?

Israel deve ser Estado laico

Benny Morris: “Cansei do conflito israelense-palestino”

Palestina: um caminho singular para a paz

Esquerda e direita israelense convergem quanto à questão palestina

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